Tarde de Natal

Já é tarde de natal.

Fico imaginando o que se passava na cabeça daquela família que estava se formando muitos anos atrás e que tinha um destino tão singular.

A família a que me refiro estava em viagem por causa de um recenseamento que deveria ser feito na cidade de origem dos chefes de família. O detalhe é que a mãe estava grávida de nove meses e prestes a dar à luz uma criança.

Contudo, ao chegar lá, não encontraram lugar para ficar, já que a cidade estava bem cheia devido ao evento criado pelo império romano. Talvez eles tenham até tentado algum lugar com a família de José, mas estar com uma mulher grávida antes do casamento nunca foi tanto motivo de orgulho para as famílias, por assim dizer. Tantas mudanças em seus planos e talvez medo, incerteza e insegurança devem ter assolado a mente deles na noite anterior;

E, agora, ali estavam eles. Talvez descansando um pouco depois da longa viagem, ainda se acostumando com a ideia de terem uma criança. Talvez aprendendo a amamentar o bebê ou mesmo tentando colocá-lo para dormir, embalando-o ao som de alguma música que eles porventura tivessem ouvido quando crianças. Talvez preocupados em conseguir comida para eles em uma cidade apinhada de gente, depois de alimentar o bebê com o rico alimento que Deus providencia através do corpo da mãe.

Mas certamente eles estavam felizes por estar com uma criança especial: ele era a concretização dos avisos que o anjo Gabriel havia os feito cerca de nove meses antes. O bebê que nasceu de uma virgem que ainda estava desposada de um homem íntegro. Pode até dar um nó na nossa mente acostumada com a relativização de conceitos. Imagine só naquela época!

Segundo a fé deles, o Deus Todo-Poderoso que cuidou de um povo por tanto tempo – enviando reis, profetas e líderes poderosos que guiaram o povo por momentos sombrios e os levaram a vitórias surpreendentes – estava calado por um tempo bem longo (cerca de 400 anos), sem enviar profetas e permitindo que uma nação pagã (isto é, que não criam nEle) dominasse seu povo.

Eles bem sabiam que corriam um risco enorme de serem vistos como loucos pois, para o povo de seu tempo, Deus certamente os havia esquecido. Até mesmo idiomas diferentes eles precisavam aprender se quisessem se comunicar sem maiores dificuldades.

O tempo era perfeito para que eles ficassem à margem da sociedade. Mas eles criam naquelas palavras do anjo, que diziam que aquele bebê seria o Salvador do mundo. Talvez nem vivessem até o dia em que aqueles planos fossem concretizados, mas eles criam que isso se cumpriria. Eles eram fieis às suas palavras que disseram ao anjo. E viveriam baseando-se nessa promessa, que já havia sido feita, eles sabiam, através do profeta Isaías e até mesmo do antepassado de José, o grande rei Davi, nos Salmos, bem como em toda a história do seu povo.

A fé de que Deus os guardaria e cuidaria de todas as coisas era tudo o que eles precisavam. Eles sabiam que Deus é o Deus de providência e, por mais que as coisas parecessem adversas, Ele mesmo providenciaria tudo o que era necessário. Mesmo com a pouca idade e inexperiência muito presente em novos pais, Eles criam que o tempo de mudança já era chegado.

Um profeta já havia sido prometido e já deveria estar com cerca de seis meses de idade. Ele apontaria o caminho para o Salvador, reconhecendo a majestade do Rei de toda a história. Eles sabiam que era o primo deles. João. Aquele outro bebê que já era um símbolo de que Deus não havia os esquecido e que continua a lembrar-se de nós.

Ele prepara o tempo para as pequenas coisas que, aos nossos olhos, costumam parecer insignificantes. Contudo, as pequenas coisas que nem sempre tem um apelo grandioso são imprescindíveis para a história – às vezes, até mesmo para a nossa.

O momento da história que temos hoje é denominado presente. E é muito mais do que aquilo que trocamos no fim do ano com amigos e familiares – ou mesmo com desconhecidos. O tempo presente é o maior presente que podemos desfrutar, nos desapegando do passado mas aprendendo com os erros cometidos (por nós e pelos outros), nos preparando para o futuro sem o medo do que nos sobrevirá.

Vivamos o presente que nos foi dado, adaptando-nos às mudanças que podem nos trazer medos, como um bebê de uma mãe adolescente em uma família que ainda nem havia se consumado.

Deus não se esquece de nós. Ele cuida até mesmo quando parece que fomos esquecidos.

Ele cuida do Seu povo desde antes do mundo ser criado. Ele cuida de nós desde antes de nascermos.

O nascimento daquele bebê, há cerca de dois mil anos, garantiu Salvação eterna da morte final em um futuro para o qual devemos viver, sabendo que o presente nos prepara para ele, embora ainda não tenha chegado. E o nascimento de um novo dia através do alvorecer nos dá um presente que é parte de um futuro que está sendo traçado nas mãos de um tapeceiro experiente que já tem tudo planejado: os fios que podem parecer não se encaixar tem o seu papel – nem sempre entendemos mas, quando a tapeçaria estiver completa, nos deslumbraremos com a beleza do que Ele já planejou para cada um de nós.

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Natal com Algodão Doce

Nesta véspera de natal, que foi o meu primeiro “feriado” trabalhando, fui usufruir da hora de descanso e, sem surpresa alguma, percebo que não há estabelecimentos abertos para realizar uma refeição convencional. Nada formal aberto ou com sorrisos forçados, apesar de toda a rua estar bem decorada, todos elogiarem as apresentações natalinas e ver crianças brincando e sorrindo (algo super agradável de se ver). A única comida que encontro é em carrinhos de lanche administrados por ambulantes. Fui lá e comi.
 
Por mais que a festa de natal tenha todo esse colorido e toda essa pompa, tenho motivos pra acreditar que não é apenas para isso que ela é comemorada. Ouço muitos dizerem “Feliz Natal” mas, em suas frases, não consigo entender o que é que eles realmente desejam de felicidade no natal.
Ao questionar alguns deles, as respostas são as mais variadas possíveis. Eles dizem que é uma festa “de luz”, de fraternidade, de confraternização, de passar tempo com a família, de trocar presentes, de seguir a estrela – e, pasmem: há até aqueles que dizem que é para relembrar o nascimento de Jesus.
Contudo, o que se pensa sobre Ele? Esse ano refleti muito sobre o que vi de decorações natalinas (Sempre fui fã de presépios e hoje tive vontade de fazer um – pena que não rolou a ideia antes, mesmo que ainda não tenha uma casa pra chamar de minha – mas eu poderia honrar a vinda humilde do meu Salvador com um pequeno gesto) e do que se expressa na mídia sobre isso. Muitos papais noeis por aí e até estrelas que me fizeram pensar que fossem referências à que brilhou em Belém alguns muitos anos atrás.
 
Um episódio interessante foi assistir o episódio de natal da Turma da Mônica (sim, do Maurício de Souza) na Rede Bobo de Televisão (o Maurício a chama assim, em seus quadrinhos)e ver vários símbolos que remetem claramente à história original do natal sendo usados para expressar o significado da festa para Mônica, Cascão, Cebolinha, Magali e até do próprio Maurício (que, às vezes, se torna um personagem em suas histórias). Entretanto seus significados eram completamente distorcidos e o sentido do natal não foi sequer mencionado naquele episódio.
Não que isso me deixe surpreso – ela ocorreu por usarem os símbolos e eu achar que eles fossem falar a verdade.
Também vi que a Xuxa regravou uma música de Aline Barros, o que me fez ficar feliz por um rápido momento. Porém, mais uma vez, fui bombardeado pela minha mente com a constatação de que a música não fala sobre o Natal ser a festa da encarnação de Deus através de Jesus. Mais uma vez, ofuscaram a verdade para a massa de manobra achar que Xuxa grava músicas “gospeis”.
 
E a límpida verdade é que Deus cumpriu sua promessa de prover um Salvador para a humanidade. O seu próprio Filho, que é Deus, se humilhou, tomando a forma humana e nascendo em um estábulo, já que não havia vagas nas pousadas da época devido ao recenseamento romano – rejeitando todo o poder e glória a que ele teria direito por ser o Filho do Homem, o Filho de Deus.
E isso tudo ocorreu quando ainda éramos seus inimigos. Ele se fez a imagem do Deus invisível para que pudéssemos ter acesso direto ao Pai – sem indulgências, sem sacerdotes, sem sacrifícios de animais: apenas o contato com o Criador que poderia (e ainda o faz) religar seu poder à sua criação tão falha.
 
Ao voltar para o trabalho, vi um carrinho de algodão doce. Meus olhos brilharam e eu não resisti. Tornei-me uma criança feliz. Quis dividir essa alegria com alguém, mas não o tinha. Nem vi alguém a quem eu pudesse presentear com aquela iguaria. Mas senti a felicidade de uma criança em receber um presente muito simples, mas que muda uma noite de grande tristeza e saudade para momentos de regozijo extremo.
 
Isso é natal. Isso é Salvação. É crer que Ele veio e ainda vem através das coisas simples da vida. E vem mostrar-nos, a cada dia, o valor que nós temos perante Ele. E, mais: o valor que Ele quer ter em nós.
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É Manhã de Natal!

É Manhã de Natal!

Milhões de pessoas, ao acordar nesta manhã, foram em suas árvores de natal para procurar algum presente. Hoje, mais do que nunca, percebi que não preciso chegar nem perto da minha para agradecer pelos meus presentes, assim como na noite do primeiro Natal, o motivo de toda comemoração fez.
Noite de Natal     Não havia árvore, não havia ceia ou ao menos um lugar – sob a limitada ótica  humana – preparado para aquele momento. O cenário era um estábulo (sim, onde os animais são postos para dormir e se alimentar!), um céu com uma linda estrela brilhante sobre o teto e alguns visitantes bastante inusitados: pastores de ovelhas e magos vindos do oriente. Presentes que muitos considerariam inúteis e vazios estavam ali, para viabilizar a realização do Plano de Deus para aquela família – e, posteriormente, a toda a humanidade. E, acima de tudo, uma família que deu suporte à vinda do Deus Soberano Todo-Poderoso como um frágil bebê.
Todos pensam em como tudo aquilo aconteceu. Vou propor uma nova ótica para aquela situação. Já pensou na manhã seguinte?
Será que Jesus já possuía alguma consciência de quem ele era? Será que ele já sabia que daria Sua vida pela vida dos homens? Será que ele já pensava em mim e em você? Será que Ele já sabia que era Deus?
Imagine Maria acordando na manhã seguinte a essas visitas ilustres: olhar o seu bebê e lembrar as dores do parto, sendo reconfortada por aquele ser o Filho de Deus. Talvez estremecer por saber que ele haveria de sofrer, mas lembrando de que Ele haveria de ser o Salvador dos homens, a presença de Deus na Terra em forma de um ser humano, como um anjo havia lhe falado – Emanuel, “Deus Conosco”.
Imagine José organizando a “bagunça” que havia ficado na estrebaria que eles conseguiram de última hora para que pudessem descansar e Maria ter o seu bebê: guardar os presentes (ouro, incenso e mirra) que seriam bastante úteis durante a viagem que teriam de empreender (talvez já soubessem do decreto de Herodes que matava todos os bebês menores de dois anos) para outro país. Talvez ele ainda precisasse fazer o recenseamento, mas não queria deixar Maria sozinha com o bebê. E olhar para o Salvador a dormir, do jeito que ele estava quando um anjo veio lhe dizer para continuar com Maria e, consequentemente, estar ali naquela manhã.
A alegria no coração deles deveria ser indescritível. O medo talvez estivesse ofuscado por ela, mas é possível que eles tenham estremecido ao se levantar naquela manhã. Contudo, sei que eles confiaram em Deus, que os colocou naquela situação e os escolheu para ser a família que o Salvador teria para crescer e ser educado. E tudo começaria naquela manhã.
E é isso que pretendo fazer, ao viver o dia de hoje: agir, confiando que os Planos de Deus são maiores que os meus.

Hoje, ao acordar, na minha cama, percebi que não tenho a mesma sorte do bebê Jesus, mas já fui agraciado com alguns presentes antes mesmo de chegar o Natal – e, a Natal.
Quem imaginou que eu viajaria para Anápolis, receberia um treinamento de altíssimo nível (ainda mais da ABU), seria confrontado por Deus em várias áreas da minha vida e conheceria pessoas excepcionais, como os meus queridões André Zancul, Hilton, Riziely, Matheus, Leandro, Juliana, Paulinha, Sara, Zé Rapha, Napauria, Camilla, Eliezer e tantas outras pessoas que marcaram o início deste ano?
Quem imaginou que eu viajaria para Alagoas duas vezes neste ano e, na segunda, estivesse pensando como um profissional em como agir para ser instrumento de Deus? E, ainda por cima, conhecer e rever pessoas excepcionais, como Ana Isaura, Priscilla, Judson e Sany…
Quem imaginou que eu teria a oportunidade de me mudar para outra cidade, morar longe da minha família e aprender a conviver com outras pessoas tão diferentes de mim? E ter a oportunidade de fazer novos amigos, quer sejam eles pela diversão ou pelos conselhos de pessoas sérias e mais experientes, como Thaís, Renata, Priscilla, Raphael Gaúcho, Rodrigo “Cabelo”, Luiz Eduardo “Totoca” e Rhuan “Presunto”.
Quem imaginou que eu teria a oportunidade de conhecer e ser recepcionado e acolhido por pessoas maravilhosas como as que Deus colocou na minha vida ao entrar em uma nova igreja, como os amados Carius, Wanelle, Wanessa, Anna Mysia, Airton, João, Pedro, Belinha, Mário, Ana Raquel, Sandra, Leonardo, Leozinho, Ludmila, Augusto, Anderson, Fellipe, Aline, Caio, Segundo, Eduardo, Paulinho, Igor e tantos outros?
Quem imaginou, que na minha saga para aprender inglês, eu conheceria pessoas tão queridas como Ana Paula, Marcelle, Mateus, Camila, Ingrid e Ranyere?
Quem imaginou que a internet poderia consolidar amizades construídas in loco, como com os amigos da ABU e aqueles que eu conheci por causa dela? Marília, Raphaela, Ana Flávia, Camila, Nívea, Mardeen, Eudes, Anna Luiza, ABU Natal (quem eu conheço e quem não conheço, os de hoje e de ontem), ABU Recife…
Quem imaginou que a distância contribuiria tanto para consolidar e fazer crescer tantas amizades, como as que eu tenho com Angélica, Rodrigo, Débora, Layane, Silvana, Jeane, Heloisa, Alyne, Stephanie, Felipe “Muskito”, Julyane, Xandinho, Daniel, Daniel, Luanna, Aline, Alinne, Diego, Marcia, Raphaela Belmont e tantos outros que, se eu citar, vou passar algumas horas digitando?
Quem imaginou que eu fosse gostar tão mais da minha família que mora em Recife e das pessoas que ela me proporcinou conhecer? Tia Ceiça, Alexandre, Aurea Alyne, Thiago, Adi, Diwlay…
Quem imaginou que eu fosse entender mais ainda a importância da família na minha vida? E não só a família em que Deus me colocou, com Painho, Mainha, Karlyson e Kivyson, mas também com aqueles que Ele me deu, como Mayara, Mateus, Luana e outras pessoas que são consideradas da família, já?
Quem imaginou que eu pudesse ter tantas ideias para escrever textos que eu mesmo gostaria de ler, como os que eu publiquei no blog?
Quem imaginou que Ele fosse cuidar tanto de mim mesmo sem eu merecer?

Fui injusto citando nomes. Mas não poderia deixar de agradecer a Deus pela vida de cada um. E, acrescento que cada um que foi citado aqui tem um amigo com quem pode contar, além de ter meu respeito e admiração. Cada um por suas características, apesar de, com cada um, eu demonstrar isso de uma forma diferente.

     Eu, pequeno e incompleto, deixo de ser #foreverAlone quando estou com vocês.
Muito obrigado.

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Medos [d]e Mudanças

Sabe quando a gente sente aquele friozinho na barriga quando nos encontramos frente a situações que podem mudar a nossa vida completamente? E quando a gente tem que escolher entre continuar do jeito que está ou dar uma volta de 180 graus no percurso? Para alguns, não há nada mais desesperador.

É nessas horas que citamos o seriado de Roberto Bolaños e perguntamos: “E agora, quem poderá nos defender?” Quase sempre, aquela vozinha lá no fundo lembra: “Ninguém. É você mesmo.” Sentiu o drama?

Nesses dias, estou mais tranquilo por sentir que passei por uma fase dessas, mas meio com medo e empolgado por estar “entrando em outra”, mas de forma diferente: se entregar de vez ao novo ou continuar do velho sem saber se vai gostar.

Mudanças às vezes são consequências de avaliações, sugestões, críticas ou, aparentemente, sem razão alguma. Às vezes do que os outros pensam, muitas outras, daquilo que pensamos que elas pensam.

Nós ficamos com medo daquilo que não conhecemos – “a cada dia basta o seu próprio mal” –, mas não damos o devido valor ao que temos para viver. Parece que sabemos quando será o nosso fim. E agimos como se não pensássemos naquelas pessoas que realmente se importam conosco.

No fundo, parece que o verdadeiro medo vem daquilo que os outros pensam da gente. Se o corte de cabelo está bonito, se a barriga está saliente nessa camiseta ou se aquela garota percebe que estou olhando para ela.

Mas para quê? Prestamos atenção e nos importamos com a pessoa que realmente se importa conosco? Temos dado o devido respeito Àquele que nos observa em todo o tempo? Temos dado abertura para que Ele efetue em nós as mudanças necessárias para nos aproximarmos dEle? Ou temos ignorado tudo aquilo que acreditamos para dizer que estamos agradando [e amando] as pessoas?

Eu tenho medo. Medos. Vários. Mas não me deixo abater verdadeiramente por eles. Confesso que sou indeciso. Mas minha decisão final não parte de mim. Vem daquele que me observa em todos os momentos – inclusive aqueles que ainda não existem. E peço que Ele me avise quando eu estiver errado ou me encaminhando para lá.

Preciso achar a saída. E rápido. Você quer vir comigo?

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Bonés, Palavras e Leões

Há muitos motivos para se usar um boné: para combinar com a roupa, usar quando a ocasião pede, estilo próprio, tentar não ser notado pelos outros e até mesmo para se proteger do sol. Muitas vezes, há outros acessórios que utilizamos com a mesma intenção do boné, como o chapéu, a boina, a viseira ou ainda o véu e o capuz.

Apesar de todo esse esforço, não conseguimos nos esconder completamente. Sempre suscitamos algum olhar desconfiado ou somos ignorados por quem nos vê com o acessório. Digo isso por experiência própria. Isso quando não estamos fazendo alguma coisa errada e acabamos deixando pistas do que fizemos por onde passamos. As pessoas, em geral, podem não perceber. Mas isso não é oculto a todos. Há sempre alguém que vê tudo o que acontece com todos.

Não refiro aqui ao Big Brother da televisão ou ao descrito pelo George Orwell. Muito menos aos narradores de filmes e novelas que sabem (ou não) o que vai acontecer no próximo capítulo. O roteirista do qual eu falo está mais parecido com Aslam[i]. Ele, que sempre se mostra nos momentos em que é necessário e fala apenas o que é preciso: “a ninguém será contada a história de outro”. Grande lição sobre a fofoca para um livro considerado infantil, não?

O Grande Leão sempre sabe de tudo sobre todos em todo tempo. Por mais que tentemos nos esconder, de uma forma ou de outra, acabamos nos entregando; Ele nos faz assumir nossa real forma – pequena, simples e frágil, muitas vezes vil e cruel – que tentamos esconder com as situações, buscando nosso próprio interesse (quanto egoísmo, não acha?).

Pode parecer contraditório acusar o “importar-se com a vida dos outros” e confrontar o “olhar para o próprio umbigo”. Mas isso é possível. E não é nem paradoxal. Trata-se de sabedoria. Não devemos tentar acusar o outro e chegar em situações em que a decisão pertence ao outro ou acusa-lo ou difamá-lo por esse ou aquele motivo. Devemos nos preocupar com ele e buscar alguma forma de ajuda-lo, enquanto isto estiver ao nosso alcance. Mas devemos considerar a nossa vida. Não é egoísmo tentar escrever a própria história buscando realizações pessoais desde que, nesse percurso, nos envolvamos com o próximo e não o machuquemos. Isso é se importar com a própria vida de uma maneira apropriada.

Porém nunca, jamais, em tempo algum, podemos esquecer-nos de que Ele, O Grande Rei, Aslam, O Soberano Leão está, em todo o tempo, nos observando, pronto para se mostrar quando necessário, quer seja para nos guardar (como fez com Lúcia [ii]várias vezes), quer seja para ensinar (como fez à tarcaína Aravis [iii]e a Eustáquio[iv]) ou para nos julgar – como fará quando surgir para A Última Batalha.


[i] Leão que aparece em “As Crônicas de Nárnia”.

[ii] Rainha de Nárnia que acredita em Aslam e é salva por ele várias vezes.

[iii] Personagem da terceira crônica (O Cavalo e Seu Menino) que sente na pele o que é ser maltratada por maltratar alguém.

[iv] Primo dos reis de Nárnia que aprende com Aslam a simplicidade, a obediência e a fé.

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Olá! ;)

Seja bem vindo ao meu novo espaço de discussões.

Aqui eu pretendo discorrer sobre as coisas que me acontecem, bem como algumas produções minhas (com moderação xD), como poesias, músicas, contos, crônicas etc.

Apenas para fins didáticos, fiquei com vontade de me apresentar.

Meu nome é Kelyson Nunes e sou formado em Ciência da Computação pela UFRN e curso Tecnologia em Redes de Computadores pelo IFRN e Mestrado em Sistemas e Computação pela UFRN. Sou cristão na Igreja Presbiteriana do Pirangi e faço parte da ABU (Aliança Bíblica Universitária) em Natal.

Sou meio que viciado em música. Tá no meu sangue. Na minha percepção. Na minha imaginação.

Escuto bastante coisa, do samba ao rock, passando por músicas à capela e pop. Tento tocar piano, enrolo tocando violão e gosto muito de cantar. E a minha principal motivação é dar a Deus aquilo que posso fazer de melhor.

Também sou um leitor. Apesar de ter diminuído bastante meu ritmo de leitura se comparando à minha pré-adolescência, ainda gosto bastante de ler. Ultimamente, estou curioso pelos livros que falam sobre a minha fé e me desafiam como cristão e discípulo de Cristo. Descobri John Stott e C. S. Lewis e virei fã. xD

Sou tímido, gordo e me acho feio. Tenho vontade de me exercitar. Gosto muito de comer. Tenho medo de procrastinar demais em tudo. Não sei sobre o futuro. Tenho medo de me preocupar com o futuro e esquecer o presente. Minha mente trabalha a mil por hora. Quero muito ir pro céu.

Caso você nunca tenha feito esse exercício de se descrever, é um exercício muito bom que pode ser utilizado até mesmo para o auto-conhecimento de forças e fraquezas. Isso no caso de querer se abrir. Se quiser, use o espaço destinado aos comentários para exercitar!

Em Cristo, o Soberano,

Kelyson Nunes.

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